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Ministro turco diz que simpatizantes de Gulen infiltraram instituições dos EUA

Ministro turco diz que simpatizantes de Gulen infiltraram instituições dos EUA
novembro 23
13:44 2017

Mevlüt Çavuşoğlu, o Ministro das Relações Exteriores da Turquia, na sexta-feira, disse que as evidências no caso do comerciante de ouro turco-iraniano Reza Zarrab, que foi preso nos EUA por conspirar para violar sanções americanas sobre o Irã, são fabricadas, alegando que isso mostra a extensão a que os seguidores do Movimento Gülen infiltraram as instituições americanas, informou o Sputnik.

“Quando você olha o indiciamento do Sr. Zarrab, é exatamente o mesmo que a FETÖ [um termo derrogatório cunhado pelo governante Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP) para se referir ao Movimento Gülen] na verdade preparou aqui na Turquia em 2013”, contou Çavuşoğlu aos repórteres estrangeiros em Istambul.

Alegando que o caso de Zarrab foi motivado pelo Movimento Gülen, Çavuşoğlu disse: “Isto é certo: Todos aqueles indiciamentos e arquivos que eles fabricaram aqui foram levados para os Estados Unidos”.

Zarrab era o principal suspeito em uma importante investigação de corrupção na Turquia que se tornou pública em dezembro de 2013, em que, juntamente a outros do círculo interno do governo do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP) e ao então Primeiro-Ministro Recep Tayyip Erdoğan, foram julgados por terem pagado propinas a funcionários do Gabinete e banqueiros para facilitarem transações que beneficiassem o Irã.

Depois que Erdogan colocou o caso como uma tentativa de golpe para derrubar seu governo, orquestrada por seus inimigos políticos, vários promotores foram removidos do caso, policiais foram transferidos e a investigação contra Zarrab foi abandonada.

No sábado, o Escritório do Procurador-Público Chefe de Istambul lançou uma investigação criminal contra Joon Hyun Kim, procurador dos EUA do Distrito do Sul de Nova Iorque, e Preet Bharara, o ex-procurador dos EUA que estava encarregado do caso de Reza Zarrab, e outros procuradores por evidências usadas em um julgamento de cidadãos turcos.

Zarrab e Mehmet Hakan Atilla, o vice-diretor-geral do Halkbank da Turquia, foram presos nos EUA por conspirarem para violarem as sanções americanas sobre o Irã. O Tribunal Distrital Americano do Distrito do Sul de Nova Iorque em 6 de setembro também indiciou Mehmet Zafer Çağlayan, ex-ministro da economia turco, Süleyman Aslan, Levent Bakkal e Abdullah Happani, ex-diretores-gerais do Halkbank, e pediu mandados de prisão para eles.

Notícias publicadas na mídia americana de que Zarrab, preso em Miami em março de 2016, poderia ter se declarado culpado, dispararam alarmes em Ancara. O governo turco emitiu uma nota diplomática na semana passada exortando os EUA a notificarem as autoridades turcas antes de deslocarem Zarrab para outra unidade.

De acordo com a agência de notícias estatal Anadolu, Mevlüt Çavuşoğlu, ministro das relações exteriores, disse que a Turquia enviou dois avisos às autoridades americanas depois que os advogados de Zarrab não conseguiram entrar em contato com ele.

O Presidente Erdogan, em 24 de outubro, criticou fortemente a administração dos EUA por supostamente tentar forçar Zarrab a dar-lhes nomes do governo turco, dizendo que ele explicaria todos os detalhes.

“Eles estão encurralando ele [Zarrab], tentando fazer dele um informante ao dizerem: ‘Se você mencionar aqueles nomes, ela [pena de prisão] será longa assim, se você mencionar aqueles nomes ela será longa assim’”, disse Erdogan, acrescentando: “Estamos acompanhando isso. Sabemos como atear fogo no mundo quando todas essas questões estiverem acabadas. Contaremos tudo”.

Erdogan exigiu a soltura de Zarrab e também a demissão do então Procurador dos EUA Bharara durante uma reunião privada com o então vice-presidente americano Joe Biden em 21 de setembro de 2016, dedicando metade da conversa de 90 minutos a Zarrab, escreveu David Ignatius no The Washington Post em 12 de outubro.

“A campanha de Erdogan para libertar Zarrab tem sido extraordinária. Ele exigiu sua soltura e também a demissão de Bharara em uma reunião privada com o então vice-presidente Joe Biden em 21 de setembro de 2016, em que autoridades americanas dizem que metade da conversa de 90 minutos foi dedicada a Zarrab”, escreveu Zarrab.

“A esposa de Erdogan [Emine Erdogan] pleiteou o caso naquela noite com Jill Biden [esposa de Joe Biden]. Bekir Bozdag, o então ministro da justiça da Turquia, visitou a então Procuradora-Geral Loretta E. Lynch em outubro para argumentar que o caso estava ‘baseado em nenhuma evidência’ e que Zarrab deveria ser solto”.

De acordo com antigos auxiliares, “Erdogan apelou pessoalmente quanto à questão em suas duas últimas ligações com o Presidente Barack Obama, em dezembro e no começo de janeiro.

“O nosso pressuposto de operação foi de que a obsessão de Erdogan com o caso era de que se ele avançasse, informações emergiram que prejudicariam sua família, e no final ele”, disse um antigo alto funcionário de Obama, observou Ignatius.

Fonte: www.turkishminute.com

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