Voz da Turquia

A revista íntima é uma prática contínua em uma prisão na província de Edirne, no noroeste da Turquia, tuitou o defensor dos direitos humanos e legislador do Partido Democrático do Povo (HDP), Ömer Faruk Gergerlioğlu, na quarta-feira.

De acordo com Gergerlioğlu, as presidiárias recebem ordens de se despir e se agachar, e os guardas da prisão tocam seus seios e outras partes de seus corpos. “Elas [presidiárias] estão sendo submetidas a assédio sexual na prisão”, disse ele.

Gergerlioğlu também pediu ao ministro da Justiça, Bekir Bozdağ, que acabe com a prática de revista íntima nas prisões.

De acordo com os regulamentos legais e preventivos de busca turcos, as revistas íntimas só podem ser realizadas em casos excepcionais, como quando há indícios confiáveis de que a pessoa possui materiais contrabandeados. Nesses casos, a revista deve ser realizada de forma a não humilhar a pessoa e o mais rápido possível. Quando houver suspeita credível de que algo está escondido no corpo da pessoa, os agentes são obrigados a pedir à própria pessoa que o retire e a informar que, se desobedecer, a remoção será feita pelo médico da prisão.

O Tribunal Europeu de Direitos Humanos considerou as revistas íntimas como tratamento degradante quando não justificadas por razões de segurança imperiosas e/ou devido à forma como foram conduzidas.

Mas a prática tem sido usada com frequência pelas forças de segurança turcas, e algumas das mulheres disseram que os policiais que conduziam a busca riam enquanto se despiam. Gergerlioğlu disse anteriormente que as revistas íntimas eram de fato conduzidas para humilhar os detidos.

Além disso, há relatos de que crianças de cinco anos foram submetidas a revistas íntimas enquanto visitavam seus pais.

Em janeiro de 2022, o Tribunal Europeu de Direitos Humanos (TEDH) multou a Turquia por violar a vida privada e familiar de uma mulher que foi revistada na prisão em 2013.
Fonte: Strip-search is an ongoing practice in Edirne prison, opposition deputy says – Stockholm Center for Freedom (stockholmcf.org)