Voz da Turquia

O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, advertiu nesta sexta-feira (7) que o bombardeio dos Estados Unidos à base militar síria de Shayrat pode criar uma nova onda migratória no Mediterrâneo.

O número de deslocados externos que viajam do país árabe à Europa caiu drasticamente após o acordo entre Ancara e a União Europeia para frear a migração clandestina na região, mas uma eventual escalada na tensão arrisca agravar novamente a situação.

Desde o início do ano, 3.650 deslocados externos e solicitantes de refúgio cruzaram o Mediterrâneo Oriental e chegaram à Grécia — a rota mais usada pelos sírios —, número que equivale a apenas 2,44% dos 149,49 mil que haviam feito o mesmo percurso no mesmo período de 2016.

Além disso, a quantidade de mortos e desaparecidos na travessia despencou de 366 para 13, de acordo com dados do projeto “Missing Migrants” (“Migrantes Perdidos”), da Organização Internacional para as Migrações (OIM).

“Pode haver novas ondas de migrantes. O número de deslocados na Síria é muito alto. Criar uma ‘zona de segurança’ é mais importante do que nunca”, afirmou Cavusoglu. A Turquia é um dos principais atores do conflito na nação árabe, com a qual faz fronteira, e apoia rebeldes que lutam contra o presidente Bashar al Assad.

Em vigor desde o ano passado, o acordo entre Ancara e a UE prevê que todos os deslocados externos que desembarquem na Grécia sem documentos sejam devolvidos ao solo turco, com os custos das viagens pagos pelo bloco. Para cada clandestino que a Turquia recebe de volta, um migrante regularizado é enviado para a União Europeia.

Fonte: http://noticias.r7.com