Voz da Turquia

A Fundação Maarif, que foi estabelecida pelo governo do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP) em 2016, assumiu 76 escolas ligadas ao Movimento Gülen em 10 países, informou a agência de notícias estatal Anadolu na terça-feira.

De acordo com o relatório, a Fundação Maarif assumiu as escolas do movimento Gülen na Guiné, Somália, Sudão, República Popular do Congo, Mali, Mauritânia, Níger, Tunísia, Senegal e Chade, com seus 8.506 estudantes. A fundação também assinou um acordo para assumir as escolas do Movimento Gülen no Afeganistão, que têm mais de 8.000 estudantes.

Na semana passada, autoridades turcas, incluindo um representante da Maarif, tiveram que deixar uma escola do Movimento Gülen na cidade afegã de Mazar-i-Sharif depois de encontrarem fortes reações de pais e alunos, que gritavam “Ladrões, saiam!”

A fundação também abriu 32 novas escolas em 11 países: Gâmbia, Serra Leoa, Djibuti, São Tomé e Príncipe, Estados Unidos, Kosovo, Afeganistão, Geórgia, Bósnia e Herzegovina, Tanzânia e Macedônia, totalizando 1.127 estudantes.

Diz-se que a Fundação Maarif foi criada para difundir a ideologia islâmica do presidente Recep Tayyip Erdoğan no exterior.

“Erdoğan se posiciona como o califa, o líder de todos os muçulmanos do mundo, e vê a Fundação Maarif como uma ferramenta em seus esforços de investimento para alcançar grupos muçulmanos não-turcos”, escreveu o colunista da Turkish Minute, Abdullah Bozkurt.

Erdoğan e seu governo, o AKP, investiram na repressão ao movimento Gülen após operações de corrupção em dezembro de 2013, no qual o círculo interno do governo e o então primeiro-ministro Erdoğan foram implicados.

Erdoğan também acusa o movimento Gülen de planejar uma tentativa fracassada de golpe na Turquia em 15 de julho de 2016.

Apesar do movimento negar fortemente o envolvimento no golpe fracassado, Erdoğan lançou uma caça às bruxas visando o movimento após a tentativa.

O ministro do Interior, Süleyman Soylu, em 18 de abril de 2018, disse que o número total de pessoas que foram presas por supostos laços com o Movimento Gülen entre 15 de julho de 2016 e 11 de abril de 2018 é de 77.081.

Soylu disse, em 12 de dezembro, que 234.419 passaportes foram revogados como parte das investigações sobre o Movimento desde o golpe fracassado.

Em 16 de novembro, a Soylu disse que oito holdings e 1.020 empresas foram confiscadas como parte das operações contra o Movimento.

O número de pessoas que foram investigadas por supostos laços com o movimento Gülen chegou a 402 mil em março, informou a agência de notícias estatal Anadolu, em 15 de março.

Fonte: www.turkishminute.com