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Fuga de cérebros para fora da Turquia se acelera

Fuga de cérebros para fora da Turquia se acelera
agosto 17
11:32 2016

Fuga de cérebros. Segundo o jornal Cumhuriyet, em uma notícia publicada há pouco tempo, o número dos alunos turcos que querem estudar no exterior dobrou a cada ano, desde 2009. O jornal afirma que 151 dos 196 alunos do último ano do Colégio Robert solicitam uma vaga no ensino fora da Turquia. Consultor de educação ao exterior Rahmi Mesud Yilmaz ressalta que há um enorme aumento das solicitações de educação no exterior por causa das questões políticas, preocupações de segurança e ataques terroristas.

A Anadolu, agência estatal de notícias, diz ainda que aproximadamente 90 mil alunos turcos gastaram 1,5 bilhões de dólares cada ano, com educação no exterior. Segundo a agência, os países preferidos são; Estados Unidos, Inglaterra, Malta, Canadá, Alemanha e Australia. Segundo Banco Mundial, a Turquia é o 11º país que possui maior número de alunos no exterior.

Ayşit Tansel, especialista em economia e professora na Universidade Técnica de Oriente Médio em Ancara, diz que existem muitos motivos pelos quais os alunos queiram estudar no exterior.

Professora Ayşit, que fez pesquisas sobre a fuga de cérebros da Turquia ao exterior disse: “O maior motivo de os alunos quererem estudar no exterior, é a instabilidade económica. Eu acho que, após a tentativa de golpe em 15/07, a ideia de viver no exterior se espalhou entre a sociedade.”

Os alunos são muito pessimistas em relação ao futuro da Turquia, ressalta a professora Ayşit.

Duygu Balli, aluna de psicologia na Universidade Bilgi em Istambul, afirma que as possibilidades de estudar na Turquia são limitadas. Balli, que planeja fazer pós-graduação no exterior, diz que; por causa dos ataques terroristas, problemas económicos e outras preocupações, os alunos querem viver no exterior.

Ergulen Toprak, ex-aluno da City University, em Nova York, diz que planeja morar nos EUA, por causa da opressão sobre a mídia e as instituições educacionais. O número de jornalistas e acadêmicos detidos na Turquia aumentou após a declaração do estado de emergência que foi decretada logo em seguida da tentativa de golpe.

“Estudei comunicação aqui. Quero trabalhar e ter experiências nos EUA. É bem claro que a Turquia não é um país atraente para os jornalistas. Muitos amigos na Turquia estão me ligando e perguntando sobre a possibilidade de estudar nos EUA. Espero que esse clima na Turquia mude em breve.” diz Toprak.

Alunos turcos que estudam no exterior buscam emprego lá depois da conclusão de seus cursos. Estudar no exterior facilita conseguir uma vaga, tanto na Turquia quanto no exterior, ressalta Yilmaz, da Edcon Consultoria Educacional.

Os alunos que estudam na Turquia continuam estudando em um clima acadêmico muito árduo.

A tentativa de golpe e o que vem acontecendo criou um ambiente muito difícil para os acadêmicos, diz Ayhan Erdemir, especialista em ciências políticas na Universidade Bilkent, em Ancara. Erdemir, pesquisador na Fundação de Defesa das Democracias, em Washington: “O governo turco tem que entender que, para os acadêmicos, a liberdade vem antes do dinheiro”

Não é uma coincidência que as melhores instituições de pesquisa estão nos países onde a democracia e liberdade são mais desenvolvidas, ressalta Erdemir.

“Pelo que se vê, não existe muita chance para os acadêmicos trabalharem na Turquia, a não ser que o governo turco dê passos em direção da democracia.” adiciona Erdemir.

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