Página principal 2

 Últimas notícias

Alemanha deve retirar as tropas da Base Aérea de İncirlik

Alemanha deve retirar as tropas da Base Aérea de İncirlik
junho 06
14:16 2017

O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Sigmar Gabriel, anunciou que seu país vai retirar da Turquia as tropas e aviões que estão participando de missões contra o Estado Islâmico no Iraque e no Levante (ISIL), como resultado da recusa da Turquia em permitir que legisladores alemães visitassem as tropas alemãs na Base Aérea de İncirlik no sul da Turquia.

Gabriel disse durante uma visita a Ancara na segunda-feira que a Turquia havia deixado seu país sem escolha a não ser começar a retirar suas forças depois que as tentativas derradeiras de conversa para resolver o problema falharam.

“Teremos que remover as tropas de İncirlik. O Bundeswehr não pode ficar lá”, disse ele depois de conversas com o seu homólogo turco, Mevlüt Çavuşoğlu.

“A Turquia deixou claro que, por razões políticas domésticas, não pode aprovar visitas de quaisquer parlamentares. A Turquia deve entender que, nesta situação, devemos transferir soldados alemães em İncirlik para outro lugar”.

A Alemanha tem 260 tropas e várias aeronaves Tornado na Base Aérea de İncirlik na Turquia, fazendo missões de reconhecimento para ataques aéreos ocidentais contra o ISIL . Provavelmente serão transferidos para a Jordânia.

A tensão entre a Alemanha e a Turquia aumentou por causa da prisão de dois jornalistas turco-alemães por acusações de terrorismo e por causa da decisão de Berlim de conceder asilo a militares e outros detentores de passaportes diplomáticos que Ancara acusa de envolvimento na tentativa fracassada de golpe em 15 de julho de 2016.

A tensão se transformou em uma crise quando o governo turco bloqueou um grupo de legisladores alemães de visitar tropas estacionadas na Base Aérea de İncirlik na Turquia em 15 de maio.

Gabriel teria exigido uma garantia por escrito de que os parlamentares alemães teriam permissão para visitar as tropas; no entanto, o ministro das Relações Exteriores turco rebateu alegando que alguns parlamentares alemães estariam em contato com o rebelde Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e não poderiam ser autorizados a entrar na base por razões de segurança.

O PKK, que tem travado uma guerra sangrenta no sudeste da Turquia desde 1984, é listado como uma organização terrorista pela Turquia, a União Europeia e os EUA.

Çavuşoğlu ofereceu permitir visitas a tropas alemãs estacionadas em outra base em Konya, mas recusou permitir isso em İncirlik.

O ministro das Relações Exteriores da Turquia também exigiu a extradição de mais de 400 titulares de passaportes diplomáticos e oficiais para a Turquia, que procuraram refúgio na Alemanha logo após a tentativa de golpe em 15 de julho.

“Se a Alemanha dar um passo positivo em nossa direção, vamos dar dois”, disse ele.

De 15 de julho a início de maio, 414 oficiais, diplomatas, juízes e altos funcionários do estado e suas famílias solicitaram asilo na Alemanha, de acordo com relatórios.

A tentativa de golpe militar em 15 de julho matou mais de 240 pessoas e feriu mais de mil outras. Imediatamente após o golpe, o governo do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP), juntamente ao Presidente Recep Tayyip Erdoğan, culpou o movimento Gülen.

Fethullah Gülen, que inspirou o movimento, negou fortemente ter algum papel no fracassado golpe e pediu uma investigação internacional sobre o incidente, mas o presidente Erdoğan – chamando a tentativa de golpe de “um presente de Deus” – e o governo iniciaram um expurgo generalizado com o objetivo de limpar os simpatizantes do movimento de dentro das instituições estatais, desumanizando suas figuras populares e colocando-as em custódia.

De acordo com uma reportagem da agência de notícias estatal Anadolu em 28 de maio, 154.694 indivíduos foram detidos e 50.136 foram presos devido a supostas ligações de Gülen desde a tentativa de golpe falhada.

O chefe do Serviço Federal de Inteligência da Alemanha (BND), Bruno Kahl, disse em março que a Turquia não poderia convencê-los de que o erudito turco-islâmico Gülen, radicado nos Estados Unidos, estava por trás do fracassado golpe em julho.

Fonte: www.turkishminute.com

Sobre o autor

vozdaturquia

vozdaturquia

Artigos relacionados

0 Comentários

Nenhum comentário ainda!

Não há comentários no momento, gostaria de adicionar um?

Escreva um comentário

Escreva um comentário

Mailer