Voz da Turquia

Espera-se que o governo do Partido Justiça e Desenvolvimento (AKP) estenda o estado de emergência por outros três meses, o jornal Cumhuriyet reportou na quinta-feira.

Cinco dias após uma tentativa de golpe em 15 de julho, o governo em 20 de julho declarou um estado de emergência de três meses para dirigir com eficiência o país na era pós-golpe. O diário diz que o governo está agora se preparando para estender o estado de emergência em 20 de outubro, assegurando que o país seja dirigido por medidas de emergência até 20 de janeiro de 2017.

Críticos do estado de emergência citam a dependência do governo em decretos para dirigir o país, levando a abusos dos direitos humanos e semeando medo e desconfiança dentro da sociedade.

O governo, por meio de seus decretos, varreu toda a burocracia estatal com expurgos massivos e removeu políticos não-leais de posições burocráticas. Até a presente data, 150.000 servidores públicos, incluindo policiais, juízes, generais e outros militares, professores, peritos financeiros e diplomatas foram ou dispensados ou demitidos por meio de decretos.

Apenas na semana passada o governo despediu 50.000 servidores público. Sob o estado de emergência, os que foram dispensados estão impossibilitados de buscar reparação legal para restabelecer seus direitos e recuperar seus empregos.

A principal oposição, o Partido Popular Republicano (CHP) recentemente criticou o governo por seus expurgos massivos, dizendo que isso se transformou em uma devastadora caça às bruxas que leva à demissão de muitas pessoas inocentes.

O governo retrata os que são dispensados como golpistas ou apoiadores do golpe e como tendo ligações com o erudito turco islâmico radicado nos EUA Fethullah Gulen.

As autoridades turcas culpam Gulen pela tentativa de golpe. O erudito nega qualquer conexão com o golpe.

Fonte: www.turkishminute.com