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Turquia diz que análises sugerem uso de gás sarin em ataque químico na Síria

Turquia diz que análises sugerem uso de gás sarin em ataque químico na Síria
abril 07
11:58 2017

ANCARA — Especialistas turcos dizem que as suas primeiras análises sugerem que o gás sarin tenha sido usado no ataque que, na terça-feira, matou pelo menos 86 pessoas na na Síria e feriu outras 550. Mais cedo, autópsias já haviam confirmado que armas químicas haviam sido utilizadas. O ministro da Justiça de Ancara acusou o regime do presidente sírio, Bashar al – Assad, pelo bombardeio com gás tóxico na declaração desta quinta-feira, assim como diversas outras nações ocidentais e a União Europeia (UE).

“Foram realizadas autópsias de três corpos transportados de Idlib. Os exames revelaram que armas químicas foram utilizadas”, declarou o ministro Bekir Bozdag. “Este exame científico revela também que Assad utilizou armas químicas”

Bozdag explicou que as autópsias de três corpos em Adana, no sul da Turquia, contaram com a participação de legistas turcos, além de representantes da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq). Especialistas turcos já haviam sido enviados à Síria para ajudar equipes médicas locais de Khan Sheikhun, sobrecarregadas após o ataque, no tratamento e diagnóstico dos feridos. Além das 86 vítimas fatais, que incluem 30 crianças, o incidente deixou dezenas de pessoas feridas, que agora estão recebendo atendimento médico na Turquia, país vizinho da Síria.

As autópsias, que demoraram quase três horas, de acordo com a Anadolu, foram gravadas com câmeras. As autoridades turcas e delegação da OMS também recolheram mostras. Por enquanto, não há confirmação oficial de qual substância química foi usada no ataque. As principais suspeitas, no entanto, são o gás cloro e o gás sarin.

O sarin é um gás asfixiante que foi originalmente desenvolvido como um pesticida na Alemanha em 1938. O sarin fez parte de uma classe de armas químicas desenvolvidas durante a Segunda Guerra Mundial. Na sua forma pura, o sarin se apresenta como um líquido claro, incolor e insípido.

O governo turco não revelou os elementos que servem de base para a acusação para o regime de Damasco. No entanto, na quarta-feira, médicos já haviam declarado que os pacientes apresentavam sintomas de quem foi exposto a gases tóxicos: pupilas dilatadas, convulsões e espuma saindo pela boca. Além disso, a OMS também havia confirmado que as vítimas pareciam ter sido expostas a agentes neurotóxicos, porque não tinham ferimentos externos e morreram rapidamente em asfixia.

“Estes tipos de armas são proibidas pela legislação internacional porque representam uma barbaridade intolerável”, disse Peter Salama, o diretor-executivo do Programa de Emergências de Saúde da OMS, em nota.

A Turquia e outros países — como Estados Unidos, França, Alemanha e Reino Unido — responsabilizam o regime de Assad pelo ataque. Na quarta-feira, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, acusou Assad, a quem chamou de “assassino”, de ter ordenado o ataque.

Mas o governo da Rússia, que apoia Damasco, afirmou na quarta-feira que Força Aérea síria bombardeou um depósito dos rebeldes que continha substâncias tóxicas. Na explosão, as substâncias teriam sido dispersadas.

O governo sírio já negou repetidamente o uso de armas químicas na guerra civil. Mas as alegações de que Damasco utiliza este tipo de armamento são recorrentes e uma investigação liderada pela ONU atribuiu ao regime pelo menos três ataques com gás cloro em 2014 e 2015. A Síria ratificou a Convenção sobre a Proibição de Armas Químicas em 2013.

Em setembro de 2013 — mês em que a Síria, já em plena guerra civil, pediu a adesão à convenção — um relatório da ONU apresentado pelo então secretário-geral da organização, Ban Ki-moon, mostrou que o gás sarin havia sido usado em grande escala no mês de agosto anterior, num ataque que resultou em pelo menos 1.429 mortes. Este foi considerado o mais significativo uso de armas químicas desde que Saddam Hussein conduzira um ataque em Halabja em 1988.

Até então, a Síria participava do Protocolo de Genebra de 1925, que proíbe o uso de armas químicas em guerra — mas não impede produção, armazenamento ou transferência. Avaliações independentes indicam que a produção síria poderia ser de algumas centenas de toneladas de agentes químicos por ano. O país supostamente fabricava sarin, tabun, VX e tipos de gás mostarda.

Fonte: http://oglobo.globo.com

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