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Tortura sem misericórdia na Turquia (um Registro de Julgamento)

Tortura sem misericórdia na Turquia (um Registro de Julgamento)
março 04
11:11 2017

Turquia

Tribunal Municipal de Kirikkale

O Registro de Julgamento

O Registro da Declaração da Vítima

46 – Acusado R.C. em sua defesa:

“Quero que minha mãe seja retirada da sala do tribunal, (pediram a ela que deixasse a sala do tribunal devido ao pedido do réu). O réu continuou: Eu não aceito a declaração que fui forçado a dar à polícia. Ela foi obtida sob pressão e sob tortura, eu fui arrastado para o banheiro, completamente nu, a polícia me torturou esmagando meus testículos, e eles me ameaçaram com eletrocutamento (como um meio de tortura). Estou solteiro no momento. Posso não ser capaz de ter filhos no futuro, se isso acontecer, que Deus amaldiçoe todos eles. Porque os policiais estavam sentados atrás de mim no tribunal do magistrado enquanto o juiz estava lidando com o meu caso, e eu havia sofrido tortura anteriormente, tive que repetir minha declaração na presença da polícia em frente do juiz do tribunal do magistrado”.

O juiz disse que não havia sinal ou menção alguma de tortura nos relatórios de saúde do registro de entrada e saída da custódia: o réu também falou que ele não poderia dizer coisa alguma aos médicos porque não era possível a ele provar isso, pois não havia ferimentos ou marcas em seu corpo para convencer o médico.

O réu, R.: Pediram-me os nomes dos policiais que me torturaram. Uma vez que meus olhos estavam fechados e fui vedado, eu não pude ver seus rostos.

47 – Acusado S.O. em sua defesa:

Sua declaração na polícia e no tribunal do magistrado foram lidas e questionadas. O réu respondeu: “Esse será a minha declaração correta. Eu fui torturado na polícia. O policial que estava me torturando estava sentado na cadeira do fundo nesta mesma sala de tribunal. Ele colocou um saco sobre a minha cabeça e então me levou ao banheiro, arrastando-me através dos corredores. Ele me pediu que tirasse minhas roupas. Ele queria que eu desse alguns nomes. Falei para ele que não conhecia ninguém. Então ele me deixou nu. Quando contei-lhe que eu havia perdido minha filha de 14 anos, ele não fez o que estava planejando fazer. É por isso que dei uma declaração assim tão incorreta à polícia. No tribunal do magistrado, repito minha declaração sob a pressão e presença da polícia”.

O juiz explicou que havia um advogado durante sua declaração, tanto na polícia quanto no tribunal do magistrado, e que evidências de tortura não haviam sido encontradas nos relatórios médicos de entrada e de saída da custódia. Então o juiz pediu ao réu que explicasse isso.

“A declaração da polícia foi tomada depois que o advogado veio, a declaração que fiz foi antes que o advogado chegasse e havia um advogado no tribunal do magistrado também. O juiz do magistrado agiu com gentileza mas deu a mesma declaração sob o efeito do que eu havia feito na polícia. Como resultado, eu não aceito a declaração que dei na polícia e no tribunal do magistrado”.

38 – Acusado M.C. em sua defesa:

“Eu nunca estive em uma delegacia em minha vida mas fui exposto aos tratamentos que nunca tinha conhecido na minha vida. Fui tratado como um terrorista. Estive sozinho sob custódia por 12 dias. Depois de 12 dias sob custódia fui levado à polícia para um interrogatório. No clima negativo pós-golpe do país, a atitude da polícia para comigo foi muito negativa. Eles estavam me tratando como: “pegamos você e você é um grande criminoso”. Houve pressão psicológica intensa mas nenhuma tortura física foi feita contra mim. Enquanto eu estava dando a minha declaração no tribunal do magistrado, a juíza foi muito gentil, mas os policiais que fizeram pressão contra nós nos observavam como espectadores nas cadeiras do fundo da sala do tribunal. Sentido uma pressão forte por causa da presença deles. Fui forçado a aceitar o que quer que fosse que dissessem para mim, tanto na polícia quanto no tribunal do magistrado. Por essa razão, quero dar minha declaração detalhada perante o tribunal.

Eu estou repetindo a seção sobre a história da minha vida mas rejeito totalmente o resto da declaração por causa da extensa tortura psicológica exercida sobre mim”.

Fonte: www.turkishpedia.com

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vozdaturquia

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