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Ramadan: muito além do jejum

Ramadan: muito além do jejum
junho 10
11:30 2016

Segundo a tradição, os muçulmanos devem dedicar o nono mês lunar do calendário islâmico para a reflexão acerca dos próprios atos. É nesse período de 29 ou 30 dias que eles, através do jejum e da meditação, se concentram em sua religiosidade e purificação espiritual.

“O jejum representa um período de reflexão e oração, no qual os muçulmanos acreditam, entre outros aspectos, que é possível sentir o que os pobres sentem”, afirma Francirosy Ferreira, antropóloga e organizadora do livro Olhares Femininos sobre o Islã: etnografias, metodologias e imagens (Ed. Hucitec). De acordo com a estudiosa, é também neste período que ocorre o pagamento do zakat, uma contribuição anual equivalente a 2,5% da renda e que é destinada a entidades assistenciais.

A antropóloga explica que durante o mês do Ramadan os muçulmanos não podem comer, beber ou manter relações sexuais entre o nascer e o pôr-do-sol. A exceção ocorre para os casos de pessoas enfermas ou mulheres grávidas. Ainda segundo a tradição islâmica, os fiéis devem fazer suas orações na mesquita e ler o Alcorão, as escrituras sagradas do islamismo, com mais frequência. “Percebo que é uma data de transformação espiritual muito importante para aqueles que acreditam”, afirma Francirosy.

Registros históricos atestam que a prática do jejum é milenar e está presente em diversos contextos culturais, anteriores à era pré-islâmica. Nasereddin Khazraji, secretário-geral do Centro Islâmico no Brasil, explica que o Ramadan representa, antes de tudo, um ato de obediência à Allah. “Dentre os momentos mais abençoados do Ramadan estão a alvorada, antes do jejum, e o momento de sua interrupção, no desjejum ao final do dia”, diz.

Khazraji esclarece também que nesse período ocorre uma espécie de renovação no interior do ser. “Em uma vida de problemas, intrigas e pecados o mês de Ramadan é uma pausa para que nos recordemos da importância da caridade e da aproximação com Deus.” Ao priva-se do conforto e lembrar-se daqueles que sofrem, acrescenta secretário-geral, “o islâmico busca o desapego do que é material e o encontro com as bênçãos divinas”.

Carolina Beu

Fonte: abiliodiniz.com.br

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