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Como o governo turco cancela o passaporte de críticos

Como o governo turco cancela o passaporte de críticos
agosto 09
12:35 2016

Imagine que você tem dinheiro e um passaporte para viajar para outro país. Você pode ser um homem de negócios que viaja para fazer reuniões ou apenas um turista na esperança de fazer novas coisas durante sua viagem em outro país.

Se você é um cidadão turco, deveria pensar duas vezes.

Não é um segredo que, depois que Erdogan consolidou seu poder, a Turquia já se virou uma ditadura.

As fontes agora revelam que o Governo Turco iniciou outra atividade ilegítima contra seus cidadãos. O Governo Turco cancela os passaportes de alguns jornalistas, empresários e representantes de ONGs através de alguns processos fabricados.

O primeiro passo dessa conspiração projetada pelo Governo Turco é fabricar uma “comunicação de perda” em um jornal em nome do indivíduo alvo. Uma vez que a comunicação de perda apareça em um jornal, o Governo cancela o passaporte. As pessoas descobrem esse cancelamento ilegal apenas quando estão prestes a viajarem para o exterior no aeroporto. A polícia confisca seus passaportes e não os deixa saírem. Mas isso também pode acontecer quando você estiver fora da Turquia. Muitas pessoas que já estão fora da Turquia encaram dificuldades similares durante a verificação de segurança na Alfândega. Contam a eles que seus passaportes estão marcados como “perdidos” em seu sistema e os aconselham visitar suas Embaixadas ou Consulados para resolverem o problema. Contudo, quando as pessoas vão às suas Embaixadas, seus passaportes estão sendo confiscados sem qualquer explicação.

Alguns dos que foram lesados já iniciaram o prazo legal através de seus consultores. Os que enfrentam essa conspiração enquanto estão fora do país vão à Interpol e informam que seus passaportes não estão perdidos.

De acordo com as alegações, centenas de empresários, jornalistas, professores e burocratas turcos foram fichados por um time estabelecido pelo Departamento de Inteligência da Polícia e a Organização de Inteligência nacional (MIT). A informação sobre os nomes na lista preparada por essas organizações é enviada ao Departamento de Passaportes. E os funcionários do Departamento cancelam os passaportes das pessoas que os nomes aparecem na lista.

Essa prática ilegal foi revelada quando S. A., uma pessoa envolvida com negócios em Ancara deu entrada no Diretório de Segurança de Ancara, para estender a validade de seu passaporte. O empresário foi ao departamento do Passaportes no mês passado. Ele declarou que quer estender a validade de seu visto, pois quer ir ao exterior. Mas os funcionários do departamento de passaportes contaram a ele que seu passaporte foi cancelado através de um comunicado de “perda”, e que ele poderia obter uma informação mais detalhada no Departamento de Passaportes da Polícia. Portanto o empresário foi ao Departamento de Passaportes em Ancara, e lá repetiu que não tina emitido esse comunicado de perda de seu passaporte. Os funcionários se recusaram a fornecer qualquer informação detalhada.

Um professor que trabalha em outro país também enfrentou um problema similar. O professor que foi até o aeroporto para voltar ao país em que trabalhava após suas férias na Turquia descobriu que seu passaporte estava cancelado quando ia passar para o avião. Mesmo o professor nunca tendo emitiu um comunicado de perda de seu passaporte, a justificativa foi a mesma.

O mais recente caso de lesão da conspiração do passaporte foi a Sra. Nevin Ipek, a esposa do Sr. Akin Ipek, o Presidente do Koza Ipek Holding que foi confiscado pelo Presidente Erdogan no ano passado. A Sra. Ipek deu entrada na Embaixada da Turquia em Londres na semana passada, para estender a validade de seu passaporte. Os funcionários da Embaixada confiscaram o passaporte da Sra. Ipek, afirmando que existe um “comunicado de perda” de seu passaporte. A Sra. Ipek falou aos funcionários que nunca emitiu aviso algum de perda em um jornal, dentro ou fora do país. No entanto, ela não conseguiu persuadir os funcionários da Embaixada.

O Sr. Nazif Apak, um colunista do jornal turco Yeni Hayat, que foi o primeiro a chamar à atenção a conspiração do passaporte do Governo Turco em seu artigo intitulado “Quem brinca com o passaporte?” em 23 de abril, escreveu que um empresário, de uma família que de negociantes há três gerações, também enfrentou um incidente similar. Ele escreveu que, quando o empresário reagiu com: “Como pode?! Vim a seu país com esse passaporte e quero ir àquele país”, então os funcionários disseram que seu passaporte estava marcado como “perdido” no sistema deles. Quando o empresário leva o caso à Interpol, a resposta foi a seguinte: “Infelizmente a Turquia está forjando os documentos e declara passaportes de muitas pessoas como perdido”, escreveu Apak.

Emitir um comunicado de perda está sob a autoridade apenas dos portadores dos passaportes e identidades. Mesmo se uma declaração de perda seja emitida, quando o passaporte é encontrado mais tarde, ele é legalmente válido e os policiais não são indicados ou autorizados a seguir as declarações de perda.

Enquanto nãos existir proibição de viagem ao exterior encaminhada a uma pessoa pelo Tribunal, pode-se viajar para qualquer lugar. Esse é um direito universal e está sob a proteção da liberdade de viagem. Os passaportes das pessoas não pode se tornar inválido devido a comunicados de perda, impedir pessoas de viajarem ao exterior através desses métodos é uma fraude do Governo e acontece apenas em uma ditadura.

Aydogan Vatandas

Fonte: www.huffingtonpost.com

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