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Crianças abandonadas em frente de prisão em que mãe foi detida

Crianças abandonadas em frente de prisão em que mãe foi detida
janeiro 30
10:01 2017

Um vídeo compartilhado na segunda-feira nas mídias sociais mostra cinco crianças abandonadas, deixadas sozinhas chorando em frente da Prisão Sincan em Ancara depois que a mãe deles foi detida enquanto estavam visitando o pai deles na prisão.

“Deixar crianças sozinhas em uma situação como essa é contra a Convenção sobre os Direitos da Criança e todas as leis relacionadas. Acompanharemos essa questão”, disse Mahmut Tanal, deputado do Partido Popular Republicano (CHP) e membro da Comissão dos Direitos Humanos no Parlamento turco, na segunda-feira.

“Se alguma pessoa é culpada, é claro que deve se punida. Mas deter uma esposa enquanto está visitando seu marido na prisão e como resultado, deixar as crianças, uma delas com síndrome de Down, sozinhas não é compatível com a consciência e a lei ou com a ética. O que o vídeo mostra é uma tragédia humanitária”.

No vídeo uma criança abre a porta do carro no estacionamento da prisão, mostrando seus irmãos chorando, e diz no meio de lágrimas: “Somos cinco irmãos, deixados sozinhos. Temos um irmão com síndrome de Down. Encomendo essas pessoas à punição de Deus”.

As reações se amontoaram depois que o vídeo foi compartilhado nas mídias sociais por Tanal. As pessoas dizem que incidentes similares ocorreram desde que uma caça às bruxas foi lançada contra o movimento Gulen pelo Presidente Recep Tayyip Erdogan e o governante Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP) logo após da tentativa de golpe fracassada em 15 de julho de 2016.

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O renomado cartunista Carlos Latuff marcou a situação ruim das crianças com um desenho marcante no portal de notícias Globe Post, que mais tarde se tornou viral nas mídias sociais em 25 de janeiro.

Tanal trouxe um caso similar ao Parlamento em 4 de janeiro, quando uma mãe foi detida como parte de uma investigação sobre o movimento Gulen, que é baseado na fé, enquanto que seus gêmeos foram deixados em uma unidade de terapia intensiva. “Há mães entre nós. Pode um bebê em uma unidade de terapia intensiva se separado de sua mãe? Que tipo de mentalidade faz isso? Que sistema judicial aceita isso? Que ideologia abraça isso?” disse Tanal em seu discurso no Parlamento.

Meryem, cujo primeiro nome apenas foi relatado na mídia turca, deu à luz gêmeos por cesariana em uma hospital em Konya dois dias antes e foi detida pela polícia apesar de relatórios do hospital declarando que ela não deveria viajar, e foi levada de Konya a Aksaray em uma viatura policial.

De acordo com reportagens na mídia turca, os irmãos e pai de Meryem e os esposos de suas irmãs também foram presos por ligações com o movimento Gulen. Outros parentes de Meryem agora estão coletando leite materno dela em Aksaray e levando até o hospital de Konya para alimentar os gêmeos na unidade de terapia intensiva.

Um total de 1.218 pessoas foram detidas, com 572 delas sendo presas, em operações que visam o movimento Gulen ao longo da última semana, de acordo com uma declaração do Ministério do Interior da Turquia na segunda-feira.

A Turquia sobreviveu uma tentativa de golpe militar em 15 de julho de 2016 que matou 240 pessoas e feriu mais de mil outras.

Negando fortemente ter qualquer papel na tentativa de golpe, Fethullah Gulen clamou por uma investigação internacional sobre o a tentativa de golpe, mas o Presidente Erdogan – chamando a tentativa de golpe de “um presente de Deus” – e o governo iniciaram um amplo expurgo com o objetivo de limpar os simpatizantes do movimento de dentro das instituições estatais, desumanizando suas figuras populares e colocando-as sob custódia.

Mas de 135.000 pessoas foram expurgadas de órgãos estatais, já passando de 90.000 foram detidas e acima de 43.000 foram presas desde a tentativa de golpe. Entre os presos estão, jornalistas, juízes, promotores, policiais, militares, acadêmicos, governadores e até um comediante. Os críticos argumentam que as listas de simpatizantes de Gulen foram feitas antes da tentativa de golpe.

Um relatório preparado pelo Centro de Análise de Inteligência (IntCen) da União Europeia revelou que apesar de Erdogan e o governo turco terem imediatamente colocado a culpa pela tentativa fracassada de golpe de 15 de julho de 2016 no movimento Gulen, que é baseado na fé, a tentativa de golpe foi montada por uma gama de oponentes de Erdogan devido a temores de um expurgo que estava prestes a acontecer, de acordo com uma reportagem do jornal The Times na semana passada.

A Inteligência Europeia contradiz a alegação do governo turco que o erudito turco islâmico Gulen, um clérigo vivendo em autoexílio, cujas opiniões inspiraram o movimento, estava por detrás do complô para derrubar o governo turco.

Este artigo apareceu originalmente no Turkish Minute em 23 de janeiro

Fonte: www.turkeypurge.com

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