Berlin diz que Turquia não forneceu evidências provando envolvimento de Gulen no golpe
O governo alemão disse que a Turquia não conseguiu apresentar documentos e evidências às autoridades judiciais alemãs para provar o envolvimento do Movimento Gulen em uma tentativa fracassada de golpe na Turquia em julho de 2016, de acordo com uma matéria na versão turca da Deutsche Welle na segunda-feira.
O governo turco culpa o Movimento Gulen pelo golpe fracassado, apesar de o Movimento negar fortemente qualquer envolvimento.
A declaração da Alemanha veio em resposta a uma pergunta parlamentar enviada pelo opositor Partido da Esquerda em 7 de junho.
O Ministério das Relações Exteriores alemão se recusou a responder algumas perguntas específicas do Partido da Esquerda sob a justificativa de que revelar essa informação poderia minar o trabalho dos serviços da inteligência alemã.
Por exemplo, o Partido da Esquerda perguntou que tipo de informação o governo federal alemão possui a respeito da situação de membros do Movimento Gulen na Turquia. O governo disse que essa informação, juntamente às respostas a outras perguntas sobre o Movimento Gulen não podem ser compartilhadas com o público.
O governo alemão disse que a decisão foi feita logo em seguida de uma avaliação minuciosa e estava alinhada com os interesses do estado alemão.
De acordo com o governo alemão, compartilhar uma informação como essa com o público poderia expor como as unidades da inteligência alemã funcionam e revelar sua cooperação com outros partes.
O governo alemão também disse que autoridades do governo turco continuam a repetir sua narrativa sobre o suposto envolvimento do Movimento Gulen no golpe fracassado e a pedir às autoridades de segurança alemãs a tomarem ação contra seguidores de Gulen no país mas acrescentou: “As autoridades turcas não retransmitiram documentos ou evidências ao Departamento Criminal Federal alemão que mostrem o papel ou responsabilidade do Movimento Gulen na tentativa de golpe em termos concretos ou provem isso no quadro dos critérios judiciais alemães.”
Milhares de seguidores do Movimento Gulen que fugiram de uma caça às bruxas do governo que vem ocorrendo na Turquia contra seguidores de Gulen, deram entrada no asilo na Alemanha.
A tentativa de golpe em 15 de julho matou 249 pessoas e feriu mais de mil outras.
Contrário a acusações feitas por Erdogan e o governo turco contra o Movimento Gulen, o chefe do Serviço de Inteligência Federal (BND) da Alemanha, Bruno Kahl, em 18 de março de 2017 disse que a Turquia não pode convencê-los que Fethullah Gulen, erudito turco-islâmico radicado nos EUA, cujas opiniões inspiraram o Movimento, estava por detrás da tentativa fracassada de golpe.
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